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Tropical Conservation Science
September 2008 | Vol. 1 | Issue 3 | pages 163 - 306


Modalidades de dispersão e padrões espaciais de espécies de árvores em uma floresta tropical em Arunachal Pradesh, nordeste da Índia | pages 163-185
Aparajita Datta and G.S. Rawat

Florestas tropicais abrigam uma elevada diversidade de espécies de árvores e os mecanismos que promovem essa diversidade têm sido objetivo de muita investigação por cientistas tropicais. Um traço bem documentado das florestas tropicais é o alto grau de agregação das árvores conspecíficas em várias escalas, o que foi atribuído às condições desiguais de habitat ou limitações na dispersão de sementes. O artigo de Datta e Rawat debate essa questão e documenta as modalidades de dispersão de sementes e padrões espaciais de 128 espécies de árvores em uma floresta tropical semi-descídua pouco conhecida e rica em biodiversidade no nordeste da Índia. Os autores indicaram que 78% das espécies são dispersas por animais, com aves respondendo por cerca de metade delas; e que a distribuição das espécies vegetais é limitada pela dispersão. O declínio dos calaus, ungulados, ursos, e primatas, principais dispersores para muitas espécies vegetais, como resultado das atividades humanas provavelmente tem conseqüências para a dispersão e recrutamento de muitas espécies de árvores nessas florestas.





Fenologia Reprodutiva de árvores pioneiras a Amazônia central | pages 186-203
Bentos, T. V., Mesquita, R., C. G. and Williamson, G. B.

A Bacia Amazônica abriga a mais extensa floresta tropical do mundo, mas devido aos altos níveis de desmatamento representa um dos maiores desafios para a biologia da conservação. Em muitos casos a conservação da floresta consiste no conjunto de fragmentos de floresta madura numa matriz de atividades antropogênicas e vegetação secundária, ambas dominadas por espécies de árvores pioneiras. Bentos et al. discutem que nessa paisagem, as espécies de árvores pioneiras são os primeiros elementos críticos na colonização de áreas limpas e agricultura abandonada, determinando – juntamente com o histórico da paisagem – as taxas de mudança e trajetórias de sucessão secundária e tendo funções críticas na comunidade e ecossistema —proporcionando recursos para polinizadores e dispersores de sementes, construindo a estrutura do solo, reciclando nutrientes, e acumulando estoques de carbono. Com isso em mente, eles também sugerem que as árvores pioneiras e suas particulares histórias de vida, especialmente características reprodutivas, podem ser importantes ferramentas nas mãos de gerenciadores e conservacionistas. Para defender essa idéia, Bentos et al., conduziram um estudo de 4 anos de duração sobre a fenologia de floração e frutificação de 13 espécies de árvores pioneiras no início da floresta sucessional da Amazônia Central. Eles encontraram que enquanto a comunidade pioneira apresenta uma variedade de padrões fenológicos, como conjunto tenderam a ser caracterizadas pela floração e frutificação anual, tanto continuamente como sazonalmente. Eles sugerem que aquelas espécies com reprodução contínua, iniciando com pequenos diâmetros, podem produzir a cobertura mais rápida; que aquelas dispersadas por morcegos e aves têm maior probabilidade de serem espalhadas mais extensamente do que aquelas dispersas por primatas ou mamíferos terrestres; e que uma mistura de espécies dispersas por aves e morcegos tem maior probabilidade de facilitar o recrutamento de espécies de floresta madura também dispersas por aves e morcegos e irão proporcionar uma chuva de sementes altamente diversificada na floresta secundária.



Diversidade de Árvores do Santuário Mengamé Gorilla no sul do Camarão | pages 204-221
Fongnzossie Fedoung Evariste, Tsabang Nolé, Nkongmeneck Bernard-Aloys, Nguenang Guy Merlin, Auzel Philippe, Christina Ellis, Kamou Edouard, Balouma Jean Marie, Apalo Paul, Mathieu Halford, Valbuena Martha and Valère M.

As florestas do sul do Camarão, na divisa com o Gabão, são ricas em biodiversidade e abrigam importantes populações de gorilas, chimpanzés e elefantes. Em 1998 o governo do Camarão estabeleceu o Santuário “Mengamé Gorilla” e em 2002, trabalhando em parceria com o governo do Camarão, o Instituto Jane Goodall lançou um projeto para proteger o habitat e a biodiversidade na reserva enquanto criava uma conecção entre a conservação e a melhoria sócio-econômica nas comunidades de entorno do santuário. Localizado em um corredor prioritário de biodiversidade na divisa entre o Camarão e o Gabão, o Santuário Mengamé Gorilla apresenta um papel importante no surgimento de iniciativas transfronteiriças da área protegida. O mapeamento e o perfil da vegetação do santuário do gorila ainda estão sendo realizados e o artigo de Fongnzossie et al. revela importantes progressos nessa direção. Os autores relatam a presença de 10 diferentes habitats florestais no santurário caracterizados por altos índices de diversidade de árvores e de elevada densidade de árvores por hectare. Os autores enfatizam que as 10 unidades de habitat classificadas são de igual importância para a conservação. Os autores registram pesca extensiva, caça, e produção não madeireira, assim como o estabelecimento de plantações de cacau e banana dentro da zona tampão da reserva e agricultura itinerante como uma importante pressão nos habitats florestais.



Implicações da exploração de madeira para a defumação de peixes na conservação do ecossistema de mangue na Província de Sudeste, Camarão | pages 222-241
Njisuh Zebedee Feka and Mario G. Manzano

Manguezais ocorrem nos trópicos e subtrópicos e são encontrados no mundo todo. Entretanto, eles têm uma distribuição geográfica muito restrita nas áreas onde ocorrem, porque somente se desenvolvem em habitats costeiros salinos. Mangues são ricos em biodiversidade e proporcionam serviços ecológicos importantes nas áreas onde são encontrados. O crescimento populacional humano e as atividades ao longo das áreas costeiras nos trópicos e subtrópicos têm reduzido significativamente a distribuição original dos mangues e os locais de superexploração contínua tornam o mangue ameaçado. Na África oeste-central essas mudanças já estão sendo sentidas com a diminuição do estoque de peixes, extinção de espécies, e vulnerabilidade das comunidades humanas às tempestades tropicais e ressacas na região. A exploração dos mangues para combustível à lenha, produção de carvão vegetal, construção, e outros usos tem sido identificada como ameaças patentes e intrusivas ao ecossistema, particularmente nos países em desenvolvimento costeiro, onde as comunidades locais dependem do uso desses recursos para a sobrevivência. O estudo de Njisuh Zebedee e Manzano investigou como a madeira dos manguezais e a exploração de peixes estão relacionadas à defumação de peixes, um importante componente da sobrevivência da população local no sudeste do Camarão, que pode estar em conflito com a conservação e sustentabilidade dos ecossistemas de manguezais. Os autores estimam que cerca de 205 ha de manguezais foram derrubados na área de estudo para combustível à lenha usado para defumar peixes. O estudo também relata que a população local parece estar inconsciente da necessidade de manter as funções do ecossistema. Os autores notaram que os manguezais que funcionam como locais de procriação para peixes estão sendo contraditoriamente sacrificados como combustível para defumar peixes e sugerem uma série de medidas (melhorar a política, aumentar a consciência e desenvolver práticas sustentáveis) como mitigação.





Estrutura dos fragmentos florestais e composição das espécies de aves de uma floresta tropical de planície ribeirinha no Kênia | pages 242-264
Alfred O. Owino, George Amutete, Ronald. K. Mulwa and Joseph O. Oyugi

A Floresta Costeira do Kênia é parte do Mosaico Florestal do Norte do Zanzibar-Inhambane, que se estende da fronteira do Kenia-Somalia até a fronteira do Tanzânia-Moçambique ao longo da costa. Essas florestas são caracterizadas por um mosaico de tipos vegetacionais incluindo a floresta perenifólia, floresta de Brachystegia, floresta de arbustos e floresta seca. Elas são tipicamente encontradas em pequenos fragmentos. As florestas são ricas em vida silvestre e também têm elevados níveis de endemismo (www.worldwildlife.org/ecoregions). Florestas costeiras são usadas pela população local como fonte de plantas medicinais, combustível à lenha, material de construção, alimento e ajudam a manter um suprimento regular de água para as cidades e vilas (http://coastalforests.tfcg.org). A Floresta Tana River de planície na costa do Kênia é uma dessas florestas costeiras, classificada como floresta tropical de planície perenifólia ribeirinha, um tipo florestal raro no Kênia e provavelmente na África. Enquanto se sabe que essa floresta é rica em espécies de aves, a distribuição da avifauna é pouco conhecida. No artigo Owino et al., fornecem informações da estrutura florestal e composição das espécies de aves em 14 fragmentos de florestas encontrados na Reserva Nacional dos Primatas “Tana River”. Os autores relatam nos seus estudos a presença de 155 espécies de aves nessas florestas, fornecendo uma nova base de informações da comunidade de espécies de aves presentes na área investigada e discutem algumas das pressões de conservação na vegetação nativa, derivadas do combustível à lenha e extração de madeira, e caça insustentável de algumas espécies de aves. Além disso, eles indicam que algumas dessas árvores alvo de exploração podem ser importantes para a persistência das espécies de aves. É importante ressaltar aqui que, recentemente, segmentos do delta do Tana River passaram a receber pressão do estabelecimento de plantações de cana de açúcar para produção de biocombustível. A área também é habitada pelos povos de Pokomo, e programas pra aumentar o uso sustentável da floresta e projetos de estabelecimento da restauração da floresta são necessários para beneficiar a sobrevivência desse grupo indígena.



Floresta Tanoé (Sudeste da Costa do Marfim), uma área de comunidade identificada como local de alta prioridade para a conservação de primatas criticamente ameaçados no oeste da África | pages 265-278
Sery Gonedelé Bi, Inza Koné, J-C K Béné, Anderson E. Bitty, Bertin K. Akpatou, Zoro Goné Bi, Karim Ouattara and Djaha André Koffi

Apesar de sua riqueza biológica e do endemismo da sua fauna e flora, a região da floresta da Guiné superior recebeu relativamente pouca atenção dos biólogos e conservacionistas. Esse é o caso da comunidade inteira de primatas que ocorre na parte leste das florestas da Guiné superior. Pesquisas preliminares conduzidas através dessa e de regiões vizinhas destacaram uma extensiva perda de habitat e o encolhimento das populações de primatas dentro dessa zona faunística. Assim considerando, o estudo de Sery Gonedelé Bi et al., relata pesquisas recentes de espécies de primatas na Floresta Tanoé, sudeste da Costa do Marfim. Os autores relatam a presença de 11 espécies de primatas, diversos deles classificados como em perigo e/ou ameaçado pelos critérios da IUCN e um deles foi listado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo. Os autores relatam que a floresta protegida na área de estudo parece abrigar mais espécies (N = 8) do que florestas não protegidas (N = 6), mas as últimas estão sob ameaça de caça, desmatamento e outras formas de exploração de recursos florestais incluindo desmatamento para agricultura (incluindo desenvolvimento recente da plantação de óleo de palmeira e superexporação de produtos florestais não madeireiros. Os autores atestam a importância da Floresta Tanoé como foco de conservação da diversidade de primatas.



Estrutura genética e conservação das plantações de Teca (Tectona grandis) na Costa do Marfim, reveladas por recombinase sítio específica (SSR) | pages 279-292
Inza J. Fofana, Yehili J.Lidah, Nafan Diarrassouba, Simon P. A. N'guetta, Abdourahamane Sangare and Daniel Verhaegen

Genética molecular é uma importante ferramenta não somente para estudos básicos de filogenia, variabilidade genética e parentesco entre outros, mas também para manejar os recursos das florestas tropicais que têm importante valor comercial. Favorecido por essas propriedades físicas estéticas e suas qualidades, a Teca (Tectona grandis) está se tornando cada vez mais importante no desenvolvimento da plantação florestal na Costa do Marfim. Para preservar os recursos genéticos dessa espécie e assegurar o suprimento de germoplasma de qualidade geneticamente superior para melhoria e para plantações, uma coleção de núcleo de genótipos superiores com grande diversidade genética é um pré-requisito. O estudo de Fofana et al., com uso de técnicas moleculares para controlar e conservar populações de Teça nas plantações, é um caso em questão. Os autores relatam o uso de tecnologia de recombinase sítio específica (SSR) utilizando marcador de microsatélite de DNA para investigar o nível de variabilidade genética, distribuição de variabilidade genética e parentesco genético em T. grandis crescendo na Costa do Marfim. Esses esforços são importantes quando se considera que durante as últimas cinco décadas, a demanda pela Teca aumentou muitas vezes, resultando em extração de árvores de antigas plantações e florestas naturais. Em monoculturas, a diversidade genética é reduzida em cada geração de plantio da Teca já que as sementes são coletadas de árvores selecionadas em lotes existentes. Os autores atestam que simulações desse modelo com pesquisa molecular irão melhorar nosso conhecimento dos padrões de paisagem de diversidade genética dentro da distribuição da espécie e ajudar a desenvolver planos de gestão de recursos que realcem a conservação das populações naturais de Teca.



Dispersão de sementes por primatas e seu papel potencial na manutenção de espécies úteis de árvores na região de Taï, Costa do Marfim: implicações para a conservação de fragmentos florestais | pages 293-306
Inza Koné, Joanna E. Lambert, Johannes Refisch and Adama Bakayoko

Estimados 80-90% das espécies de árvores nos trópicos produzem sementes que são dispersas por animais frugívoros, e o papel dos vertebrados na dispersão dessas sementes é compreendido cada vez mais como sendo o principal fator na regeneração da floresta tropical e da demografia vegetal. Devido a sua elevada densidade em alguns habitats, além das altas taxas de frugivoria e tamanho corporal relativamente grande, os primatas têm sido mostrados com sendo um grupo faunístico particularmente importante para a dispersão de sementes nos trópicos, com impacto na reprodução das espécies de árvores. Muitas espécies de frutos preferidos pelos primatas são também usadas pelos homens como fonte de frutos, sementes, flores, cascas, folhas e madeira. Essas partes vegetais também constituem um importante componente no dia-a-dia dos povos que vivem pela floresta ou mesmo longe dela. Esses recursos botânicos representam não somente alimento – muitos tem propriedades medicinais; diversos podem ser usados para construção, e alguns podem ter valor ornamental. Nesse contexto, o artigo de Kone et al., mapeias as plantas dispersadas por primatas e seu uso documentado pelo homem na região de Taï na Costa do Marfim. Os autores encontraram que sete espécies de macacos utilizaram cerca de 75 espécies de plantas como fonte de frutos, 36 (48 porcento) dos quais foram utilizados pelos habitantes locais para vários propósitos. Os autores discutem que enquanto a conservação das espécies de primatas é um objetivo criticamente importantes por si só, assegurar sua proteção nos fragmentos florestais também pode proteger os agentes dispersores de sementes que sustentam a persistência dos recursos vegetais importantes para a subsistência humana.


Translation by MARINA LAPENTA
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   Tropical Conservation Science is an open-access e-journal that publishes research relating to conservation of tropical forests and other tropical ecosystems.

Volume 1: Issue 2
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Datta & Rawat
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