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December 2008 | Vol. 1 | Issue 4 | 307 - 445 Aerin L. Jacob, Ismael Vaccaro, Raja Sengupta, Joel Hartter and Colin A. Chapman Globalmente, os padrões de estabelecimento humano estão mudando conforme as pessoas se mudam da zona rural para a urbana para um nítido aumento no acesso ao mercado de trabalho, serviços sociais e segurança. As Nações Unidas estimam que 2008 é o primeiro ano na história onde mais da metade da população mundial irá viver em áreas urbanas. Em muitos locais esse despovoamento rural resultou em grandes áreas de terra sendo abandonadas. Essas áreas são importantes para empresários e políticos que desejam conservar a biodiversidade e ecossistemas, enquanto balanceiam as demandas do desenvolvimento humano. Nós escolhemos um grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento para verificar como as taxas de crescimento populacional e urbanização iriam afetar essa tendência de êxodo rural. Nós comparamos a projeção dessas tendências com as mudanças na cobertura florestal que nossa pesquisa de campo mostrou na Espanha, México, e Uganda, onde o decréscimo na população humana rural resultou na transição de um mosaico de habitats mantidos pelo distúrbio humano para um tipo de habitat dominante, potencialmente diminuindo a diversidade de vida silvestre e qualidade do ecossistema em escala local. Embora o êxodo rural e abandono da terra não tenham esse efeito em todas as situações, é importante para os biólogos conservacionistas e empresários da terra entenderem as circunstâncias que controlam essa transição. Trabalhando nessas informações, nós consideramos programas de pesquisa que necessitam ser conduzidos para que políticos estejam preparados para efetivamente controlar áreas com despovoamento rural. Distribuição e conservação do peixe-boi do oeste Indiano (Trichechus manatus manatus) nos pântanos de Catazajá do nordeste de Chiapas, México | 321-333 Jenner Rodas-Trejo, Emilio I. Romero-Berny and Alejandro Estrada Peixes-boi (Ordem Sirenia, família Trichechidae, gênero Trichechus) são grandes mamíferos marinhos, completamente aquáticos, as vezes conhecidos como vacas do mar. Acredita-se que os Sirenia evoluíram de mamíferos quadrúpedes terrestres há mais de 60 milhões de anos atrás, com os parentes viventes mais próximos sendo os Proboscidea (elefantes) e Hyracoidea (hiracóides). Os habitats primários para os peixes-boi nos Neotrópicos são os pântanos tropicais costeiros com rica biodiversidade e uma distribuição geográfica restrita. No Neotrópico continental, o peixe-boi do oeste Indiano (Trichechus manatus) é representado no México pela subespécie T. m. manatus. Ausência de informação a respeito da distribuição atual dos peixes-boi no México dificulta as ações de conservação desse mamífero marinho, enquanto atividades humanas extensivamente transformam os pântanos costeiros. Nosso estudo relata a primeira pesquisa da população de peixes-boi encontrada nos pântanos de Catazajá (ca 60,000ha) no nordeste de Chiapas, México. Nós também relatamos os esforços na conservação do peixe-boi durante sete anos envolvendo a participação das comunidades rurais locais. A população de peixes-boi foi estudada através de avistamentos ao longo de vias navegáveis e lagoas interconectadas, pelo registro de evidências da presença do peixe-boi através da vegetação aquática recém cortada (peixes-boi são basicamente herbívoros), anotando a presença de indivíduos encalhados em águas pouco profundas (esses são resgatados e transferidos para águas mais profundas) e presença de peixes-boi mortos. Registros adicionais da presença de peixes-boi sob a água foram obtidos pelo uso do sistema de sonar. Entrevistas com indivíduos das 10 comunidades locais existentes nos pântanos de Catazajá também renderam informações da presença de peixes-boi em várias localidades dentro do sistema do pântano. Registros indicaram a presença dos peixes-boi dentro de todo o pântano, mas com concentração em setores particulares, totalizando cerca de 4.850 ha. O envolvimento da comunidade local na conservação do peixe-boi no pântano de Catazajá cresceu rapidamente nos últimos 3 anos e o peixe-boi é atualmente o emblema local, um festival do peixe-boi é celebrado uma vez ao ano e agora os habitantes locais participam no monitoramento e proteção da população de peixes-boi no pântano de Catazajá. Os potenciais para ações de co-administração no oeste do Serengueti, Tanzânia | 204-221 Jafari R Kideghesho and Paul E Mtoni Este artigo analisa alguns potenciais nas quais as agências conservacionistas podem capitalizar na realização de acordos bem sucedidos e significativos de co-administração no Serengueti – uma das áreas-bandeira de conservação do mundo. Os acordos, definidos como a partilha do poder, responsabilidades, direitos e deveres entre o governo e os usuários de recursos locais, emergiram como um paradigma popular nos setores de manejo de recursos naturais. Os acordos são justificados por uma nítida falha do gerenciamento centralizado para parar a degradação dos recursos naturais e superar uma crescente apatia em relação à conservação. Três potenciais são analisados: (i) nível proeminente de consciência na base racional e, aspectos legais pertencentes à conservação da vida silvestre entre as comunidades locais; (ii) presença de instituições tradicionais para o manejo de recursos naturais e habilidade das comunidades locais em avaliar sua performance, estabelecer causas para performance inadequada e propor algumas soluções praticáveis e; (iii) habilidade das comunidades locais em avaliar diferentes opções por recurso de posse e proporcionar razões válidas para se apor ou suportá-las. Concluindo, o artigo recomenda entre outras coisas, a necessidade de: balancear os benefícios e custos da conservação a fim de instilar atitudes positivas entre as pessoas; promover consciência na política e aspectos legais entre as comunidades locais e reconhecer, reviver e reforçar instituições tradicionais para o manejo dos recursos naturais. O artigo também clama por um bom governo e sensibilização da burocracia governamental na importância dos acordos junto com responsabilidades definidas e limitações a fim de prevenir qualquer interferência que pode frustrar as operações dos acordos. Conservação da herpetofauna neotropical: tendências de pesquisas e desafios | 359-375 J. Nicolás Urbina-Cardona Realmente pouco se sabe sobre a ecologia e história natural de muitos anfíbios e répteis neotropicais, tornando as estratégias de conservação difíceis de serem planejadas. Foi definido que o número de publicações sobre a conservação de anfíbios e répteis aumentou nos últimos anos, entretanto, somente 31% dos artigos sobre a conservação da herpetofauna foram publicados em jornais de alto impacto. Há muitos desafios a superar na conservação da herpetofauna Neotropical: taxonomia uniforme e estável é crítica para a determinação do contexto dos procedimentos legais; a pesquisa sobre a herpetofauna necessita ser conduzida dentro da estrutura sócio-política e econômica apropriada, a fim de eficazmente executar redes na área da conservação; é importante reavaliar o papel do sistema de áreas protegidas em assegurar a persistência da biodiversidade baseada nos cenários de mudança-climática; estudos populacionais em diferentes escalas espaciais e temporais são necessários para entender as respostas da herpetofauna aos distúrbios feitos pelo homem, perda de habitat e fragmentação, e suas relações com os gradientes ambientais, doenças emergentes e padrões de deslocamento de diversidade genética. A pesquisa científica é crucial para a conservação da biodiversidade, mas deve ser conduzida em um contexto sócio-econômico da região, para assegurar o entendimento e uso de conhecimento científico no local e decisões políticas, e melhorar a educação ambiental nos níveis da sociedade. Estado atual de conhecimento da conservação de espécies de anfíbios ameaçados no Peru | 376-396 Rudolf von May et al. O fato de que somente 8% de todas as espécies de anfíbios registradas no Peru (aproximadamente 500 espécies) foram reconhecidas como ameaçadas pelo governo Peruano, em contraste com a estimativa global de anfíbios ameaçados (32%), nos leva a questionar se essa figura subestima o número de espécies que pode estar em risco. Como uma primeira aproximação para responder a essa questão, nós usamos dados de pesquisas de campo separadas em 17 regiões do Peru para avaliar a presença /ausência de espécies ameaçadas de anfíbios e espécies que estão potencialmente ameaçadas. Nós utilizamos diversas bases de dados para atualizar informações sobre essas espécies, produzidas por várias instituições – a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Avaliação Global de Anfíbios, outras organizações conservacionistas, e o governo Peruano. Nós compilamos dados de 83 espécies, 44 das quais são reconhecidas como ameaçadas pela IUCN e / ou Governo Peruano, e 39 espécies que não estão tecnicamente classificadas como ameaçadas, mas parecem experimentar impactos negativos. Nossos resultados mostram que quase 40% dos anfíbios ameaçados avaliados aqui ocorrem fora de áreas naturais preservadas, onde mais de 50% dos anfíbios potencialmente ameaçados também ocorrem fora de áreas protegidas. Nós também encontramos que os dados sobre quitridiomicose, uma infecção na pele causada por um fungo e que é ligada ao declínio populacional e extinção de muitos anfíbios no mundo, estão ausentes para muitas espécies. Dado o fato de que mais de dois terços (~72%) das espécies de anfíbios ameaçados avaliados são endêmicos do Peru, é crucial desenvolver estratégias para a conservação do habitat e pesquisa na dinâmica de doenças nas populações naturais. Padrões de diversidade de répteis e composição nos fragmentos de floresta seca tropical na província de Córdoba, Colômbia | 397-416 Juan E. Carvajal-Cogollo y J. Nicolás Urbina-Cardona Pelo menos 25% dos répteis do mundo estão ameaçados de extinção. Algumas espécies de répteis são ideais para detectar os efeitos da perda de habitat devido à sua susceptibilidade ao distúrbio causado em seus habitats naturais. A Floresta Tropical seca é o ecossistema mais ameaçado no mundo devido ao desmatamento e mudanças no uso da terra. Baseado em uma intensa pesquisa sobre répteis ao longo de seis fragmentos de floresta tropical seca, Na Província de Córdoba (Colômbia), nós encontramos que grandes fragmentos de floresta suportam os maiores números de espécies de répteis, e o lagarto Anolis vittigerus habita exclusivamente grandes trechos de floresta, sendo claramente ameaçado pela perda de habitat regional. Na Província de Córdoba algumas espécies de répteis representam uma grande importância econômica e na dieta das comunidades humanas locais, mas a maioria das cobras e lagartos gera aversão nessas comunidades. Por essa razão é necessário empreender campanhas locais de educação ambiental e sensibilização para estimular a proteção da floresta tropical seca e a biodiversidade que abriga. Aplicando modelos baseados em nicho para prever a distribuição potencial de hilídeos ameaçados: as áreas neotropicais protegidas são eficientes o suficiente? | 417-445 J. Nicolás Urbina-Cardona and Rafael D. Loyola Anfíbios têm um papel-chave nos ecossistemas devido ao controle de grande quantidade de insetos, servem de alimento para grandes predadores e são partes integrais dos ecossistemas terrestres e aquáticos, ligando esses ambientes. Anfíbios tropicais enfrentam uma crise de severo declínio com ca. 35% das espécies sendo atualmente ameaçadas nos Neotrópicos. Nós analisamos a distribuição geográfica potencial de 16 espécies de pererecas arborícolas ameaçadas para o Neotrópico continental. Nós encontramos que nove espécies têm limites geográficos pequenos com somente 25% do seu potencial de distribuição sendo atualmente protegido nos Neotrópicos. É necessário priorizar e implementar a conservação adicional para assegurar a proteção de anfíbios já que muitas espécies Neotropicais têm somente a periferia da sua distribuição protegida, com a distribuição “core” fora das áreas protegidas. Essas espécies devem ser especialmente ameaçadas porque ocorrem em subpopulações pequenas, isoladas, devido à perda e fragmentação do habitat. Habitats remanescentes para rãs ameaçadas precisam ser controlados com uma rede coordenada incluindo escala-local (e.g. microhabitats críticos para a reprodução de anfíbios) e ações na escala de paisagem (e.g. rede de conservação) para tamponar os processos dirigidos à extinção. A conservação de anfíbios é um desafio que requer a ajuda de todas as pessoas com ações como a reciclagem, para reduzir a superexploração de recursos naturais, e para evitar a compra, coleta ou soltura de anfíbios em habitats naturais. Translated to Portuguese by Marina Lapenta Reader comments are generally moderated. If you find something inappropriate, please contact Tropical Conservation Science. The opinions expressed in reader comments are those of the author only, and do not necessarily reflect the opinions of other authors or Tropical Conservation Science. |
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Volume 1: Issue 3 Table of Contents Articles Jacob Rodas-Trejo et al. Kideghesho & Mtoni Urbina-Cardona von May et al. Carvajal-Cogollo & Urbina-Cardona. Urbina-Cardona & Loyola All issues Mar 2008 Jun 2008 Sep 2008 Dec 2008 Mar 2009 Jun 2009 Sep 2009 Dec 2009 Mar 2010 Jun 2010 Sep 2010 Dec 2010 Mar 2011 Jun 2011 Sep 2011 Dec 2011 Mar 2012 Jun 2012 Sep 2012 Dec 2012 Mar 2013 Jun 2013 Aug 2013 Sep 2013 Nov 2013 Dec 2013 Mar 2014 Jun 2014 Sep 2014 Dec 2014 Mar 2015 Jun 2015 Sep 2015 Dec 2015 Mar 2016 Jun 2016 Most downloaded 2008 2009 2010 2011 2012 All time ADVERTISEMENT SEARCH This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License. |
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