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March 2010 | Vol. 3 | Issue 1 | pages 1-116
Alejandro Estrada e Rhett Butler Diversidade de morcegos e roedores em uma paisagem fragmentada no Istmo de Tehuantepec, Oaxaca, México | 1-16 Felipe Barragán, Consuelo Lorenzo, Alejandro Morón, Miguel A. Briones-Salas y Sergio López Barragan et al. avaliaram os padrões de diversidade, riqueza, abundância e dissimilaridade em comunidades de roedores e morcegos de quatro paisagens no Istmo de Tehuantepec em Oaxaca, México, uma importante região geográfica da América Central que possui um grande número de espécies endêmicas. Os autores encontraram a maior diversidade de roedores nas paisagens com a maior diversidade de habitats, mas esse padrão não foi observado para os morcegos devido à sua capacidade de deslocamento por longas distâncias. Baseados nesses resultados, os autores argumentam que a presença de fragmentos de diferentes habitats em cada paisagem é importante para a persistência das populações de roedores e morcegos, apesar das contínuas atividades humanas. Eles também sugerem que estratégias de conservação neste istmo biologicamente rico em roedores e morcegos também deveriam visar a proteção de corredores de vegetação arbórea porque estes animais se beneficiam da conectividade entre fragmentos propiciada pelos mesmos. O papel das mulheres nos sistemas agrícolas tradicionais desenvolvidos em jardins particulares: um estudo de caso em Sylhet Sadar Upazila., Bangladesh | 17-30 Sayma Akhter, Mohammed Alamgir, Md. Shawkat Islam Sohel, Parvez Rana, S. J. Monjurul Ahmed, Mohammad Shaheed Hossain Chowdhury Akhter et al. relatam que o reconhecimento dos jardins de residências particulares como importantes ecossistemas para a conservação in situ da agrobiodiversidade está crescendo; que a conservação de plantas cultivadas nesses jardins não apenas preserva um recurso vital para o homem, mas também fornece benefícios econômicos e nutricionais significativos para a população rural de baixa renda; e que os jardins são uma característica comum da área rural de Bangladesh, onde cobrem cerca de 0.27 milhões de hectares. Baseados em um estudo de quatro vilarejos rurais em Sylhet Sadar, Bangladesh, Akhter et al. mostram que as mulheres desempenham um papel-chave no manejo desses jardins, os quais desempenham um papel vital no fornecimento de lenha, forragem, medicamentos, frutos e madeira. Os autores propõem que os jardins mantidos por pelo menos 20 milhões de famílias em Bangladesh, onde as florestas nativas cobrem menos de 10% da área, representam uma importante estratégia para a conservação da biodiversidade. Neste contexto, eles enfatizam o papel das mulheres no manejo dos jardins e sua influência na conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Influência da densidade populacional na estrutura espacial de uma paisagem florestal na bacia do Congo na República Democrática do Congo | pages 31-44 Issouf Bamba, Yao Sadaiou Sabas Barima and Jan Bogaert Bamba et al. estudaram a influência da densidade populacional na distribuição espacial das florestas na Província Oriental da bacia do Congo na República Democrática do Congo. Os autores encontraram correlações altamente significativas entre a densidade populacional e a fragmentação da floresta em suas áreas de estudo utilizando sistemas de informação geográfica e imagens de satélite. Eles concluíram que as florestas encontradas nas áreas de estudo sofrem vários tipos de pressão e continuam sendo degradadas devido ao aumento na densidade populacional e à baixa condição socioeconômica da população. Os autores pedem atenção para este problema, mas observam que as necessidades das comunidades locais também devem fazer parte de qualquer iniciativa de conservação. Eles ainda salientam que o problema de conservação na Província Oriental não se limita à sua relevância local e regional porque a bacia do Congo contém a maior área de floresta do mundo depois do complexo florestal tropical da Amazônia. Conservação de primatas colombianos: uma análise das publicações científicas | pages 45-62 Stevenson, Pablo R., Guzmán,Diana C. and Defler, Thomas R. Stevenson et al. conduziram um levantamento detalhado das bases de dados de publicações científicas visando avaliar quais espécies têm sido bem estudadas e quais necessitam ser mais pesquisadas. Seu levantamento enfocou nas 25 espécies de primatas encontradas na Colômbia e cobriu o período de 1900 a 2008. Os autores relatam que diferenças na distribuição, abundância, ecologia e carisma dos primatas colombianos, entre muitas outras variáveis, têm sido responsáveis pela grande variação na quantidade e natureza das pesquisas desenvolvidas com as diferentes espécies. Eles argumentam que informações básicas sobre cada espécie nativa de primata são necessárias para a elaboração de planos de conservação adequados e que a identificação de lacunas no conhecimento é uma etapa crítica nesse processo. Eles notaram que as espécies mais estudadas (tais como barrigudos, macacos-prego e guaribas vermelhos) estão geralmente presentes onde há estações de pesquisa e onde estudos de longo prazo têm sido conduzidos, mas que, em geral, as atividades de pesquisa nestes locais têm sido comprometidas pelo desmatamento, caça e conflitos armados ilegais. Por outro lado, as espécies sob alto risco de extinção, como os macacos-aranha de Choco e do vale Magdelena, os soins-cinza, os soins-topete-de-algodão, o zogue-zogue de Caqueta e o barrigudo dos Andes, são mal documentados. Os autores concluem que para garantir a conservação dos primatas colombianos será necessário obter um conhecimento científico integral sobre cada espécie e proteger as florestas e os ecossistemas habitados pelos macacos. A identificao de fragmentos florestais importantes para a sobrevivência ao longo prazo do mico-leao-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), uma primata em perigo de extincao | 63-77 Sara L. Zeigler, William F. Fagan, Ruth DeFries, and Becky E. Raboy A perda de hábitat é a principal ameaça à sobrevivência de espécies no mundo. Com a perda do hábitat, os fragments florestais individuais ficam menores e mais isolados um dos outros. Em resposta a esta redução de habiat, populações de espécies residentes nestes fragmentos também ficam menores, com baixa diversidade genética e consequentemente têm um maior risco de extinção. A proteção de grandes remanescentes de habitat contíguos, desta forma, torna-se crítica para a redução do risco de extinção de tal espécie. O mico-leão de cara-dourada (MLCD; Leontopithecus chrysomelas) é uma das muitas espécies endêmicas da Mata Atlântica do Brasil onde o desmatamento é uma ameaça significativa. Os grandes fragmentos florestais podem ser especialmente importantes para a sobrevivência desta espécie ameaçada de extinção e que mantém grandes áreas de uso em baixas densidades demográficas. O objetivo principal do nosso estudo foi determinar o número e a posição de fragmentos florestais suficientemente grandes para abrigar uma população de MLCDs com alta diversidade genética e consequentemente baixo risco de extinção apesar dos potenciais efeitos negativos de fogo e doenças. Embora nos encontramos grandes fragmentos florestais, apenas um fragmento possui o tamanho necessário para sustentar uma população de MLCD com a alta diversidade genética sob um cenário de alta ameaça de fogo e doenças. Considerando a existência de apenas uma reserva protegida a nível federal dentro da área de distribuição da espécie e levando em conta que os constantes desmatamentos e conversão de terras são as principais ameaças ao longo do restante do habitat do MLCD, recomendamos que novas pesquisas sobre a qualidade dos grandes fragmentos florestais destacados em nosso estudo sejam feitas assim como a proteção de novas áreas dentro da distribuição geográfica da espécie. O papel dos macacos, mosquitos e seres humanos na ocorrência de um surto de febre amarela em uma paisagem fragmentada no sul do Brasil: proteger os bugios é uma questão de saúde pública | pages 78-89 Júlio César Bicca-Marques and David Santos de Freitas Sete pessoas e mais de 2.000 bugios (Alouatta caraya e A. guariba clamitans) morreram no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, durante um surto recente (2008-2009) de febre amarela silvestre, uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido por um mosquito. Estas mortes espalharam pânico na população, tornando os bugios vítimas da desinformação das pessoas além da doença. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, essa atitude é extremamente prejudicial para o próprio homem. Ao contrário das pessoas, os bugios são extremamente sensíveis à febre amarela e geralmente morrem poucos dias após serem infectados. A morte de bugios por febre amarela alerta os órgãos de saúde locais sobre a circulação do vírus na região, os quais promovem campanhas de vacinação da população humana. Neste trabalho, Bicca-Marques e Freitas descrevem a base teórica que lhes permite afirmar que os bugios foram as maiores vítimas do surto de febre amarela e que sua proteção não é apenas uma questão de conservação da biodiversidade, é também uma questão de saúde pública. Por fim, os autores descrevem as atividades da campanha “Proteja seu Anjo da Guarda”, desenvolvida e apoiada por uma aliança de instituições educacionais, científicas, governamentais (das áreas de saúde e meio ambiente) e religiosas e organizações não-governamentais, que visou aumentar o conhecimento do público e da mídia acerca da verdadeira relação existente entre esse macacos ameaçados de extinção em nível regional e a febre amarela. Uma revisão das ameaças atuais ao ecossistema de floresta tropical úmida decidual de Sal (Shorea robusta) em Bangladesh central | pages 90-102 Mohammed Mahabubur Rahman, Md. Motiur Rahman, Zhang Guogang, Kazi Shakila Islam Rahman et al. estudaram as florestas tropicais deciduais úmidas de sal (Shorea robusta) de Bangladesh central, um ecossistema único e criticamente ameaçado. Eles chamam a atenção de que a destruição antrópica aliada aos impactos naturais e à sobre-exploração dos recursos florestais têm causado sérios danos ao ecossistema florestal de sal. Rahman et al. indicam que enquanto o sal é geralmente explorado para construções, lenha, madeira, tanino e a confecção de pilares e mobílias, o desenvolvimento de monoculturas de seringueira e a expansão de plantações comerciais visando a produção de biocombustíveis têm se tornado importantes pressões. Eles sugerem que os sistemas silviculturais devem ser melhorados para promover uma regeneração efetiva das florestas de sal e que alternativas sustentáveis de subsistência baseadas nas florestas, tais como a manutenção de jardins particulares, as pequenas indústrias caseiras de produtos florestais, a apicultura e a criação de aves domésticas, deveriam ser exploradas. Rumo a Áreas de Manejo de Vida Silvestre sustentáveis na Tanzânia | pages 103-116 Wilfred Paolo Abordagens atuais para a conservação dos recursos naturais enfatizam a participação ativa das comunidades locais nas atividades de conservação. A conservação participativa é, portanto, uma iniciativa conjunta de governos, comunidades locais e outros interessados, tais como organizações não-governamentais. Com esse conceito em mente, o estudo de Paolo Wilfred examina áreas de manejo de vida silvestre (AMVSs) na Tanzânia. As AMVSs são áreas de propriedade da comunidade nas quais os povos locais possuem direitos de uso dos recursos da vida selvagem. Acredita-se que os povos locais desenvolverão um senso de propriedade da vida selvagem através das AMVSs e reconhecerão os benefícios atuais e futuros de sua conservação. Este artigo apresenta alguns fatores que precisam receber a devida atenção no atual interesse em AMVSs na Tanzânia e, na verdade, em outros locais da África. As seguintes questões são salientadas pelo autor: a base histórica das AMVSs na Tanzânia; a destruição dos habitats dos animais silvestres devido às atividades humanas de uso do solo, como a agricultura em áreas com projetos de AMVS; a densidade populacional humana em relação à pressão de uso dos recursos da vida selvagem e a diversificação de uso dos recursos naturais e considerações de acesso nas áreas de manejo de vida silvestre. O autor conclui com as seguintes recomendações: simplificação do processo de criação de AMVSs a fim de apressar e promover os resultados positivos de seus objetivos pré-determinados; monitoramento frequente nas áreas com projetos de AMVS; promoção de conscientização ambiental entre as comunidades locais e incremento da capacidade local de assegurar a garantia de acesso e uso sustentável dos recursos naturais nas AMVSs. Traduzido por Dr. Julio Bicca-Marques Reader comments are generally moderated. If you find something inappropriate, please contact Tropical Conservation Science. The opinions expressed in reader comments are those of the author only, and do not necessarily reflect the opinions of other authors or Tropical Conservation Science. |
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Tropical Conservation Science is an open-access e-journal that publishes research relating to conservation of tropical forests and other tropical ecosystems.
Volume 3: Issue 1 Table of Contents Articles Estrada & Butler Barragan et al Sohel et al Bamba et al Stevenson et al Zeigler et al Bicca-Marques et al Rahman et al Paolo All issues Mar 2008 Jun 2008 Sep 2008 Dec 2008 Mar 2009 Jun 2009 Sep 2009 Dec 2009 Mar 2010 Jun 2010 Sep 2010 Dec 2010 Mar 2011 Jun 2011 Sep 2011 Dec 2011 Mar 2012 Jun 2012 Sep 2012 Dec 2012 Mar 2013 Jun 2013 Aug 2013 Sep 2013 Nov 2013 Dec 2013 Mar 2014 Jun 2014 Sep 2014 Dec 2014 Mar 2015 Jun 2015 Sep 2015 Dec 2015 Mar 2016 Jun 2016 Most downloaded 2008 2009 2010 2011 2012 All time ADVERTISEMENT SEARCH  This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License. |
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