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Tropical Conservation Science
June 2010 | Vol. 3 | Issue 2 | páginas 117-227


Medindo o crescimento populacional ao longo de áreas tropicais protegidas: objetivos atuais e soluções | páginas 117-121
Lucas N. Joppa, Scott. R. Loarie and Andrew Nelson

As reservas naturais atraem assentamentos humanos? A pergunta para essa questão é altamente controversa entre aqueles que decidem quando, onde e como conservar a biodiversidade tropical. Se reservas atraem pessoas elas podem criar uma espécie de “Conservação Catch-22”, acelerando seu isolamento e trazendo ameaças próximas como exploração ilegal de madeira e caça. Ainda, se elas afastam as pessoas, há um risco de elevar a conservação acima do bem-estar humano. O artigo na revista Tropical Conservation Science lança uma luz sobre essa questão, e indica um caminho promissor para a conservação tropical. É verdade que as populações humanas ao redor de muitas florestas tropicais protegidas aumentaram. Mas, essas áreas protegidas realmente atraem assentamentos para elas, ou os assentamentos são um processo mais passivo? Dois estudos recentes abordando esse tópico chegaram a conclusões opostas. O autor do presente artigo, Dr. Lucas Joppa, aponta que a razão para a discrepância é simples. “Os dados globais disponíveis para a contagem das populações humanas são simplesmente insuficientes para essa tarefa”, ele disse. A esperança não está perdida, porém. Informações dos numerosos estudos de caso detalhados de áreas protegidas podem ser combinadas para introspecção. Ainda melhor, as imagens de satélite são cada vez mais disponíveis. Dados de desmatamento e outras procurações de assentamentos humanos estão globalmente disponíveis, tem alta resolução, e abrangem longos períodos de tempo. “Essa questão não tem um tamanho único para todas as respostas”, diz Dr. Joppa, “mas com a boa utilização dos dados disponíveis nós devemos estar aptos a aprimorar as reservas em todo o mundo com conflitos humanos significativos”.



Parques, pessoas e pixels: avaliando efeitos da paisagem de um Parque Nacional no leste africano no seu entorno | páginas 122-142
Jane Southworth, Joel Hartter, Michael W. Binford, Abraham Goldman, Colin A. Chapman, Lauren J. Chapman, Patrick Omeja and Elizabeth Binford

As florestas tropicais estão desaparecendo rapidamente ao redor do mundo, e sem proteção adequada muito da diversidade biológica tropical mundial pode não sobreviver. Parques são mecanismos importantes para proteger e manter flora e fauna ameaçada ou em perigo. Entretanto, muitos parques florestais se tornaram ecossistemas remanescentes. Essas mesmas áreas que são ricas em diversidade biológica também representam reservas de terra, recursos, e oportunidade econômica para pessoas. O Parque Nacional de Kibale, uma floresta tropical úmida ao longo do equador no oeste da Uganda é particularmente importante para a conservação porque contém 12 espécies de primatas, incluindo os chimpanzés em perigo, a mais alta concentração conhecida de borboletas no mundo, e muitas espécies de peixes e aves, alguns dos quais encontrados apenas em Kibale. A configuração de Kibale é um exemplo de rápido crescimento populacional, alta densidade populacional, e forte dependência da agricultura de subsistência, e escassez de terra, o que levou ao isolamento do parque. Entretanto, é particularmente valioso aos conservacionistas, gestores do parque, e cientistas entender como Kibale tem ido ao longo do tempo e se o parque tem permanecido intacto apesar da elevada conversão do solo fora de suas divisas. Para isso, nós usamos imagens de satélite para acessar a mudança da vegetação dentro e fora do parque. Imagens de satélite nos permitem eficientemente observar e monitorar as mudanças que tem ocorrido ao longo do tempo, sobre uma grande área. Encontramos que as bordas de Kibale tem sido mantidas e que não há invasão em larga-escala e perda de floresta no parque. Fora do parque há um aumento significativo nas plantações de chá e terra, adicionando floresta e conversão em zonas úmidas.



Uso de habitat e área do Elefante asiático Elephas maximus em floresta úmida fragmentada e plantações em Anamalai Hills, Índia | páginas 143-158
M. Ananda Kumar, Divya Mudappa, and T. R. Shankar Raman

O elefante asiático, um grande mamífero carismático e ícone cultural é uma espécie de grande área de uso, ameaçada pela fragmentação dos seus habitats em muitos países asiáticos. Como os habitats encolhem e se fragmentam, elefantes são forçados a viverem em áreas modificadas pelo homem incluindo lavouras, plantações, e assentamentos, aumentando o potencial para conflitos com pessoas. O entendimento de como os elefantes usam os habitats fora das áreas protegidas e se movem através de áreas de uso humano é crítico para promover estratégias para a coexistência homem-elefante nessas paisagens alteradas. Nesse estudo do platô de Valparai nas montanhas Anamalai do sul da Índia, cientistas seguiram os movimentos de manadas de elefantes em paisagens dominadas por chá, café, e plantações de Eucalyptus, intercaladas com vegetação natural na forma de fragmentos de mata e vegetação riparia. Apesar de esses remanescentes de vegetação natural terem ocupado uma pequena fração da paisagem, elefantes tem forte preferência por vegetação riparia e fragmentos de mata e evitaram grandes porções de monocultura de chá e outros habitats como brejos e assentamentos, particularmente durante o dia. De noite, elefantes se movem através do chá, entre refúgios naturais, mas ainda mostram preferência por vegetação ribeirinha e evitam outros habitats incluindo habitações humanas. Café e Eucalyptus são importantes habitats de plantação utilizados pelos elefantes na estação chuvosa e seca, respectivamente. A concentração de manadas ao longo do curso do rio principal no platô sugere a crítica influência que a água e forragem têm no padrão de movimentação do elefante. O estudo indicou que a proteção dos remanescentes naturais e vegetation ripária, restaurando a conectividade do habitat, e regulamentação no corte de plantações de Eucalyptus irão facilitar os movimentos dos elefantes enquanto minimizam conflitos do encontro direto entre humanos e elefantes nessa paisagem tropical fragmentada.



Use de invertebrados na medicina popular no Brasil e implicações para a conservação | páginas 159-174
Rômulo R. N. Alves e Thelma L. P. Dias

Remédios de fonte animal constituem uma parte integral da Medicina Tradicional Brasileira tanto nas áreas rurais quanto urbanas no Brasil. No entanto, o uso de espécies animais como remédios, apesar de representar um importante componente da medicina tradicional, tem sido muito menos estudado no país do que as plantas medicinais. O presente estudo é uma revisão da informação sobre invertebrados medicinais no Brasil. O resultado revela que pelo menos 81 espécies de invertebrados de cinco grupos taxonômicos são usados para tratamentos de diferentes doenças no Brasil. Os grupos com maior número de espécies são os insetos (n=41 espécies), moluscos (n=17) e crustáceos (n=16). Esses resultados indicam a importância dos invertebrados medicinais como alternativa terapêutica. Alguns dos animais comercializados são listados na lista Brasileira de espécies ameaçadas. Isso sugere uma necessidade urgente de considerar a zooterapia no contexto da conservação da biodiversidade no Brasil. Esforços de conservação não devem ser direcionados apenas para as espécies ameaçadas, mas também para aquelas cujo uso é disseminado pelo país. Além dos aspectos biológicos, fatores econômicos e socioculturais influenciam a relação entre as pessoas e o uso de recursos zooterápicos. Por isso, novos estudos da fauna medicinal do Brasil irão resultar em um melhor entendimento dessa forma de terapia tradicional ligando aspectos ecológicos, culturais e farmacológicos.



Estrutura demográfica e movimentos sazonais do hipopótamo comum Hippopotamus amphibius Linné 1758 no sul de Burkina Faso | páginas 175-189
Théophile Ollo Dibloni, Cédric Vermeulen, Wendengoudi Guenda et Millogo Nicolas Alfred

Uma das últimas populações de hipopótamos em Burkina Faso vive na Reserva da Biosfera “Mare aux Hippopotames”. A característica fragmentada da sua distribuição nesse país invoca por um local para a conservação que deve ser baseado no conhecimento dos seus números. Estudos de “estrutura demográfica e movimentos sazonais das populações de hipopótamos comuns” entram no âmbito dessa perspectiva. Consiste no conhecimento do número de hipopótamos e sua estrutura de acordo com idade do grupo na determinação das áreas de descanso e mobilidade e na localização de áreas de segurança e migração. A metodologia consistiu no monitoramento e inventário dos hipopótamos dentro da reserva durante três anos consecutivos (2006, 2007 e 2008). Os inventários permitiram listar em 2008, 41 hipopótamos divididos em 3 distintas manadas. Entre esses hipopótamos, tínhamos 32 adultos, 5 subadultos e 4 jovens. Suas áreas de descanso na lagoa variaram de acordo com os anos. Estudos permitiram identificar e mapear 8 locais existentes em cada banco da lagoa, 8 pastos e 4 lagoas de migração temporária para esses mamíferos. O estudo também destacou que durante a migração, esses mamíferos frequentemente destruiram campos para sua alimentação. Para minimizar os conflitos homem-hipopótamo, é urgente negociar uma zona para atividade de agricultura e dar a essas quatro lagoas um “status” particular de preservação. A valorização da indústria de ecoturismo e o desenvolvimento de uma área de manejo através da caça, na periferia da reserva irá permitir a administração florestal e a população local trabalharem juntas para a melhor preservação da reserva em geral e para os hipopótamos em particular.



Moluscos de água-doce endêmicos de Cuba, e seu status de Conservação | páginas 190-199
Antonio Alejandro Vázquez Perera and Susana Perera Valderrama

O Arquipélago de Cuba é um dos “hot spots” da diversidade de moluscos no mundo, e às vezes é chamado de Paraíso dos Malacologistas. No entanto, apesar da riqueza de espécies mostrada pelos moluscos marinhos e terrestres, as espécies de água-doce são escassas. Mas o número de endêmicos em relação ao número total de espécies descritas (23.8%) é considerável. Foi encontrado, entretanto, que sua conservação não é prioridade em nenhuma área protegida no país. De acordo com o estudo “GAP” realizado com dados do Sistema Nacional de Áreas Protegidas e o Laboratório de Malacologia (Instituto de medicina Tropical) somente 24 espécies dos 42 moluscos de água-doce ocorrem nos limites de áreas protegidas. Há 10 espécies endêmicas descritas e três não estão protegidas. Essas espécies devem estar ameaçadas por muitas causas como um aumento da perda de habitat pelo crescimento populacional e construção de instalações de turismo próximas das populações naturais. Além disso, a introdução de espécies exóticas está tendo um impacto negativo nos seus parentes, moluscos nativos. Caracóis invasores como os thiarideos estão encolhendo as populações de algumas espécies endêmicas provavelmente por meio de competição interspecífica por alimento e espaço. De acordo com esses dados, a maioria das espécies consideradas endêmicas pode estar ameaçada ou vulnerável. Mais áreas protegidas devem ser propostas em locais onde essas espécies vivem. Isso irá realmente contribuir para a preservação dos moluscos de água-doce em Cuba.



Assembléia de vertebrados em uma figueira frutificando (Ficus caulocarpa) na Bacia do Maliau, Malaysia | páginas 218-227
Rachakonda Sreekar, Nghiem Thi Phuong Le, Rhett D. Harrison

Figueiras frutificam o ano todo em florestas tropicais e portanto estão disponíveis aos animais frugívoros quando outros recursos mais sazonais estão escassos. Por essa razão, figos são sempre considerados como recursos chave e são utilizados como alimento por uma grande proporção de espécies de vertebrados em florestas tropicais (mais de 42 % de espécies de aves e 73 % de mamíferos nas florestas Boreais). Entretanto, animais frugívoros são também vulneráveis à caça e são cada vez mais difíceis de se observar nos níveis naturais de abundância. Tivemos a oportunidade de estudar a comunidade de frugívoros em um grande indivíduo de Ficus caulocarpa em uma floresta remota e não perturbada em Borneo. Encontramos que Ficus caulocarpa, que tem figos muito pequenos, foi particularmente importante na dieta de aves de pequeno porte, mas nem tanto na de grandes aves e mamíferos. Esses resultados sugerem que essas interações figo – frugívoros podem ser mais especializadas do que se pensava anteriormente baseado nos relatos de áreas mais perturbadas na Ásia. Além do mais, 34% das aves que observamos são listadas pela IUCN como ameaçados ou mais severamente em risco, indicando que os figos podem ser um recurso importante para muitas espécies ameaçadas. Dessa forma, sugerimos que os valores conservacionistas das pequenas reservas e florestas degradadas devem ser aumentados pelo plantio de plântulas de figos. Nós também sugerimos que observações breves em figueiras frutificadas, como nós realizamos, podem ser um método eficiente para estimar quão intacta a comunidade de frugívoros está, e por extensão o quão uma reserva está protegida ou não

Traduzido por MARINA LAPENTA



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   Tropical Conservation Science is an open-access e-journal that publishes research relating to conservation of tropical forests and other tropical ecosystems.

Volume 3: Issue 2
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