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Tropical Conservation Science
Dezembro 2010 | Vol. 3 | Edição 4 | Páginas 361-360



Tanysiptera galatea em Papua Nova Guiné. Imagem por Kateřina Tvardíková.
Are protected areas really protecting populations? A test with an Atlantic rain forest palm | pages 361-372
Rita de Cássia Quitete Portela, Emilio M. Bruna and Flavio Antonio Maës dos Santos

Comparamos a demografia da palmeira Euterpe edulis em um grande fragmento florestal protegido da extração de palmito com a de três fragmentos pequenos onde já ocorreu extração. Entre 2005 e 2007, as palmeiras foram amostradas em nove parcelas de 30 m x 30 m em cada fragmento florestal. Cada indivíduo foi identificado como uma das cinco classes: plântula, infante, juvenil, imaturo e reprodutivo. Usamos matrizes “summary” construídas para os fragmentos e uma matriz para a população da área protegida. Com esses dados, comparamos a taxa de crescimento assintótico (λ) da área protegida com a das áreas não-protegidas. Em seguida, quantificamos a contribuição de cada taxa vital básica para as diferenças observadas no λ por meio de um LTRE com desenho fixo. Calcula-se que a população Euterpe edulis na área protegida sofrerá diminuição de tamanho de 4,54% a 12,60% ao ano, e que as populações dos fragmentos vão crescer de 3,44% a 9,43% ao ano. A análise do LTRE revelou que o λ da matriz “summary” das populações dos fragmentos foi, de modo geral, mais elevado por causa, principalmente, da maior sobrevivência de imaturos e reprodutivos. Entretanto, o crescimento das plântulas contribuiu de maneira negativa para o λ nos fragmentos. Além disso, constatamos que um grande número de imaturos e reprodutivos foram predados por macacos pregos (Cebus nigritus), o que aparentemente também contribuiu para as diferenças entre a área protegida e os fragmentos. Este estudo apóia a idéia de que fragmentos pequenos em uma paisagem muito manejada e modificada pelo homem pode ser muito importante para a manutenção de populações de plantas viáveis.




Abundância de pássaros em florestas primárias e secundárias em Papua Nova Guiné: uma medida pré-liminar | pages 373-388
Kateřina Tvardíková

Papua Nova Guiné é a terceira maior área remanescente de floresta tropical do mundo ficando atrás das bacias Amazônicas e do Congo e abriga centenas de espécies únicas. Em pequenas escalas agricultura de corte e queima ocorreu nos últimos 5000 anos com as comunidades locais aprendendo a valorar a floresta como fonte de materiais e alimentos de origem animal e vegetal. Essas técnicas provavelmente permanecem e são as bases econômicas de uma grande proporção da população devido à situação econômica do país. Entretanto o rápido crescimento populacional e o envolvimento de dinheiro no consumo de produtos provenientes da floresta causaram em um curto espaço de tempo a abertura de grandes áreas de floresta. Nesse estudo foi inventariada a comunidade de aves para revelar o impacto da agricultura tradicional sobre as aves em uma pequena área de vegetação secundária seguido de corte e queima e em áreas de floresta primária. Os autores encontraram que a floresta primária é mais diversa, possui um maior número espécies frugivoras e insetívoras do que as áreas de floresta secundária que foram perturbadas sete anos atrás. Os resultados reforçam a idéia que ocorrem mudanças nas comunidades de aves mesmo em pequenas escalas de florestas secundárias e que a conservação de grandes blocos de florestas primárias são essenciais para conservar as espécies de aves de florestas tropicais. Considerando os dois tipos de floresta, a população local observa um aumento na diversidade de espécies de aves, como a floresta secundária não foi simplesmente eliminada da floresta primária nessas áreas também são encontradas espécies únicas. Essas pequenas áreas que sofreram corte e queima aumentam a diversidade total de habitats e poderiam ser vistas como uma área que não representam uma ameaça a floresta primária. Entretanto, o benefício de conservação dessas área secundárias são perdidas quando as mesmas ultrapassam a área de floresta primária remanescente.
Tradução por Severino R. R. Pinto




Landscape attributes drive complex spatial microclimate configuration of Brazilian Atlantic forest fragments | pages 389-402
Severino R.R. Pinto, Gabriel Mendes, André M.M. Santos, Mateus Dantas, Marcelo Tabarelli and Felipe P. L. Melo

Infelizmente as florestas tropicais continuam sofrendo com o desmatamento que cria arquipélagos de floresta em meio a zonas não florestadas, a isso chamamos fragmentação florestal. Após a fragmentação, começam a ocorrer trocas de calor e umidade entre a floresta e a matriz não florestada de modo que o interior da floresta se torna mais seco e quente em zonas mais próximas à borda do fragmento, afetando a vida que aí habita, quase sempre negativamente. Numa paisagem fragmentada, os remanescentes florestais variam enormemente em tamanho e forma e esses fatores podem afetar enormemente o microclima da floresta remanescente. O presente estudo foi feito numa paisagem hiper- fragmentada da floresta Atlântica do Nordeste do Brasil, uma das porções mais ameaçadas de floresta tropical do mundo. Nossos resultados sugerem que o microclima da floresta fragmentada é majoritariamente influenciado por atributos de paisagem como o isolamento em vez de distância à borda (i.e. fronteira entre floresta e matriz). Esses resultados contrastam com o conhecimento previamente estabelecido que assumia que o microclima dos fragmentos de floresta era influenciado basicamente pela proximidade à borda. Nós demonstramos que as mudanças no microclima de fragmentos isolados são complexas e influenciadas pela configuração da paisagem como um todo. Portanto, podemos tirar importantes implicações para a conservação da biodiversidade e manejo de paisagens já que nossos resultados mostraram que o paradigma “borda vs. núcleo” constitui uma abordagem limitada. Porteger grandes áreas de e prevenir futuro aumento da fragmentação são recomendações chave para evitar a deterioração ecológica de paisagens fragmentadas.
Tradução por Severino R. R. Pinto




Armadilhas de pelos: Um método não invasivo para monitoramento de populações de felinos em campo na Selva Lacadona, México | pages 403-411
Nashieli García-Alaníz, Eduardo J. Naranjo and Frank F. Mallory

Projetos de pesquisas em vida selvagem frequentemente requerem coletas de amostras a partir de espécies que foram capturadas ou manipuladas. Técnicas alternativas (não invasivas) usando um simples dispositivo para coletar amostras sem a necessidade de manipular ou caçar os animais estão cada vez mais sendo utilizadas no mundo. Entre esses dispositivos, armadilhas de pelo tem sido desenvolvidas para coletar amostras de pelo de espécies de mamíferos para demonstrar o comportamento do animal em seu território. Essas amostras de pelo podem ser também utilizadas para identificação de espécies com para análises genéticas mais sofisticadas. Nesse estudo amostras de pelo foram utilizadas para coletar amostras de felinos e outros mamíferos em uma floresta tropical da Selva Lacandona, Chiapas, México. Foram coletadas amostras de pelo de 43 mamífeos e de duas espécies de gambá. As espécies identificadas incluíram gato maracajá, jaguatirica, gato morisco, raposa cinza, irara, coati e duas espécies de gambá. Este estudo foi o primeiro a coletar amostras de pelos do gato morisco, gato maracajá e jaguatirica em áreas tropicais. Esse estudo da suporte a idéia de que armadilhas de pêlo é uma técnica viável e de baixo custo que pode ser empregada em ecossistemas tropicais com a Selva Lacadona.
Tradução por Severino R. R. Pinto



Uso de nascentes de água por elefantes Asiáticos no sudeste do Sri Lanka | pages 412-422
Pastorini, Jennifer, H. G. Nishantha, H. K. Janaka, Karin Isler and Prithiviraj Fernando

Elefantes asiáticos vivem em florestas nos quais os mesmos são muito difíceis de serem avistados sendo encontrados em áreas abertas apenas durante a noite. Os elefantes se movimentam por grandes áreas e geralmente são encontrados em baixas densidades. Portanto, pode ser difícil conhecer sobre a presença de um elefante em uma determinada área. Elefantes machos adultos são muito solitários enquanto as fêmeas e jovens vivem em grupos. Machos são mais amplamente distribuídos do que os bandos porque toleram perturbações provenientes do homem. Informações sobre a distribuição e demografia de elefantes são importantes para a formulação de planos de conservação e ações de manejo em áreas de conflito entre homens e elefantes. Ambas as informações não são disponíveis nas áreas nos quais os elefantes estão distribuídos na Ásia porque as disponibilidades de técnicas são muito trabalhosas, extremamente custosas e possuem aplicação limitada. Como elefantes visitam fontes de água regularmente, o estudo mediu as pegadas e as fezes dos elefantes ao redor das fontes e como essas variáveis poderiam ser usadas como um indicador de presença do elefante. Através de medidas de pequenas pegadas e fezes de bebes os autores conseguiram detectar a presença de rebanhos. Também foi estudada a preferência pelos elefantes por determinados tipos de lagos e quais os impactos que as atividades humanas tiveram sobre os elefantes e, por último, como esses fatores poderiam ser incluídos em planos de conservação. Foi percorridos 25 lagos quinzenalmente por um período de um ano e foram registrados as pegadas e as fezes. Os dados confirmaram a presença dos elefantes e dos bandos nas áreas de estudos. Os elefantes foram mais registrados dentro do parque do que fora. Os elefantes preferiram lagos que detinham água durante todo o ano e evitavam lagos temporários construídos pelos fazendeiros. Atividades como pesca e coleta da flor de lótus não afetam o uso dos lagos pelos elefantes. Os autores concluíram que “ os sinais de monitoramento dos elefantes ao redor das fontes de água” e uma técnica simples de baixo custo, eficiente e amplamente aplicada em toda área de distribuição dos elefantes Asiáticos.

Tradução por Severino R. R. Pinto


Efeitos das mudanças climáticas sobre florestas subtropicais da América do Sul | pages 423-437
Silvia Pacheco, Lucio R. Malizia and L. Cayuela

Florestas premontanas são caracterizadas por uma vegetação de baixa altitude da floresta Andina subtropical localizada no nordeste da Argentina e sudeste da Bolívia (Yungas). Essa área representa um sítio prioritário para conservação devido ao seu alto valor biológico, ao papel que desempenha na conexão entre os diferentes tipos de florestas e ao elevado valor de recursos madeireiros que possui. Entender a dinâmica de funcionamento dessa floresta é essencial para compreender as mudanças na biodiversidade regional devido a alterações na distribuição dessa floresta e também essencial para os tomadores de decisões planejaram em longo prazo o sistema de áreas protegidas e de produção agrícola. O objetivo desse estudo foi determinar a distribuição presente e futura de seis espécies de árvores de floresta premontana em resposta às mudanças climáticas e relacionar essas alterações com a representatividade do sistema de áreas protegidas. Os modelos de distribuição predizem uma diminuição futura da área ocupada pela floresta premontana e uma tendência de migração para as altas altitudes. As espécies estudadas tiveram várias diferenças em suas distribuições futuras. Baseados nisso, os autores esperam que a composição de espécies da floresta premontana futura poderá ser diferente da presente, dependendo da resposta de cada espécie as mudanças climáticas. A Reserva da Biosfera de Youngas representa a principal área protegida de florestas premontanas. Os resultados apresentados questionam a viabilidade em longo prazo do sistema de áreas protegidas que foram desenhados para conservar tipos específicos de habitat e que poderão ser severamente afetados pelas mudanças climáticas. O estudo propõe um redesenho do sistema atual de áreas protegidas para um sistema mais dinâmico e amplamente integradas com paisagens não protegidas e que sejam direcionadas para uma funcionalidade regional.
Tradução por Severino R. R. Pinto



CSR, Óleo de Palma e o RSPO: traduzindo as diretrizes filosóficas em ações de conservação práticas | pages 438-446
Gary D. Paoli, Betsy Yaap, Philip L. Wells and Aisyah Sileuw

Para as pessoas que acompanham as questões ambientais do Sudeste da Ásia, a frase “desenvolvimento pelo óleo de palma” direciona para uma imagem de expansão de plantações de monoculturas, eliminação da biodiversidade nativa, poluição de cursos de água e a marginalização de comunidades locais. Em um esforço de transformar essa imagem negativa do negócio, a indústria de óleo de palma e outras partes envolvidas têm promovido práticas ambientalmente e socialmente responsáveis associadas à cadeia produtiva do óleo de palma. Essa iniciativa teve origem através de um esquema de certificação multissetorial estabelecida pela Mesaredonda Óleo de Palma Sustentavél (RSPO, www.rspo.org). Em oito anos de atividade a RSPO tem feito investimentos substanciais para a melhoria dos indicadores de desenvolvimento social e ambiental do Sudeste Asiático e deixando mais lucrativa e com crescimento mais rápido as indústrias de plantações. Ainda, sérios desafios permanecem para o RSPO para alcançar o objetivo de introdução dessas práticas responsáveis em todos os setores das indústrias. Baseados em experiências e trabalhando com grupos multisetorias para implementar o RSPO, incluindo governos, indústrias, comunidades locais, e ONGs, essa estratégia é destacada em áreas nas quais futuras mudanças são requeridas nos produtores de óleo de palma como também amplia o alcance para a inclusão de novos membros do RSPO e acelera o progresso das práticas. As maiores mudanças necessárias são: (i) melhor tradução da filosofia das indústrias de óleo de palma dentro de práticas de responsabilidades ambientais e sociais , (ii) sensibilizar e motivar comerciantes, fabricantes e varejistas que lucram com o óleo da palma para compartilhar a carga de custos de implementação do RSPO nas plantações, (iii) expandir as parcerias entre ONGs e empresas para prover a expertise social e ambiental nas companhias que querem mas não possuem a expertise e (iv) criar um maior quadro de protocolos para o RSPO em países produtores para ajudar as empresas implementarem a sustentabilidade. O artigo conclui que os desafios para implementar o RSPO podem ser superados e exigirá uma ação coordenada para garantir que a escala e o ritmo das mudanças na cadeia produtiva do óleo de palma traga benéficos em longo prazo para o meio ambiente.
Tradução por Severino R. R. Pinto



O uso do dina como ferramenta para a governança de recursos naturais: lições aprendidas a partir de Velondriake, sudoeste de Madagascar | pages 447-472
Gildas Andriamalala and Charlie J. Gardner

Em Madagascar o Estado historicamente despende esforços para tentar governar de forma efetiva o uso dos recursos naturais em áreas rurais e tem progressivamente descentralizado a autoridade de manejo das terra para as comunidades locais na forma de contratos de manejo para as novas áreas protegidas manejadas pelas comunidades (ou co-manejo). Para colocar essa estratégia de manejo em prática o governo tem adotado o dina, tradicionalmente um conjunto de regras não escritas e normas sociais que regem o estilo de vida em comunidades rurais. Uma nova análise desenvolvidas por pesquisadores da Blue Ventures Conservation e da Universidade de Kent pela primeira vez examinou a criação e a aplicação do dina como ferramenta de governança de novas áreas protegidas, usando um estudo de caso de Velondriake, uma área protegida marinha manejada pela comunidade localizada no sudoeste de Madagascar. O presente artigo descreve o processo de criação do dina apartir de reuniões nas vilas e das regras que foram decididas para a legalização do dina no tribunal local e por último, o resumo dos procedimentos de execução hierárquica dessa ferramenta; os infratores são inicialmente julgados e multados em reuniões em aldeias, mas a legalização do dina permite que moradores recorram aos procedimentos legais no caso da aplicação da lei local falhar. Os autores tem discutido vários problemas encontrados com a aplicação do dina na área, a fim de compartilhar experiências e analisar os pontos fortes e fracos dessa abordagem; isso inclui uma superação da coesão social que impede cada morador da vila de aplicar as regras aos seus pares. Após revisar o uso do dina em Madagascar, os autores concluiram que ambos os acordos podem apenas ser efetivos quando os mesmos refletem o desejo das comunidades e que externamente impõe o dina um leque de legitimidade e poderá não ser respeitado.
Tradução por Severino R. R. Pinto







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   Tropical Conservation Science is an open-access e-journal that publishes research relating to conservation of tropical forests and other tropical ecosystems.

Volume 3: Issue 3
Table of Contents

Articles
Estrada & Butler
Portela at al.
Tvardíková
Pinto et al.
García-Alaníz at al.
Pastorini et al.
Pacheco at al.
Paoli at al.
Andriamalala & Gardner


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