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Tropical Conservation Science
September 2010 | Vol. 3 | Issue 3 | páginas 228-360



Brown civet. Photo by Kalyan Varma.
"‘Serengeti não morrerá’: Transformando uma Pretenção em Realidade | páginas 228-248
Jafari R Kideghesho

‘Serengeti nõa morrerá’ é um slogan popular em todo o mundo que tenta descrever o valor ecológido do Serengeti juntamente com a urgência de ressaltar os desafios ameaçadores à sua integridade ecológica. É uma pretenção para um ecossistema saudável que pode oferecer múltiplos benefícios para as gerações presentes e futuras. Nesse artigo, é feita uma revisão dos grandes desafios que contradizem essa pretenção. Eles incluem; crescimento populacional humano, pobreza, conflitos homem-natureza, caça ilegal, perda de habitat e desenvolvimento não sustentável de infra-estrutura e projetos de turismo. Baseado nesses desafios, estratégias múltiplas são propostas tendo em vista a transformação da pretenção - ‘Serengeti nõa morrerá’ – em uma realidade. Essas estratégias incluem: promover fatores que induzem atitudes positivas para a conservação da vida silvestre; adoção de meios de subsistência e as estratégias de produção que sejam ecologicamente amigáveis; fazer do crescimento populacional humano uma agenda de prioridades; assegurar estado de conservação adequado em áreas críticas para a vida silvestre; desencorajar políticas, uso da terra, e projetos susceptíveis a causar impactos negativos em espécies da vida silvestre e habitats; conduzir pesquisa aplicada e assegurar utilização eficaz dos resultados para guiar intervenções de manejo; assegurar participação adequada e ativa das comunidadeslocais no manejo de recursosnaturais; promover as práticas tradicionais e sistemas que realçam o uso sustentável e conservação dos recursos de vida silvestre e; implementar politicas sustentáveis de turismo.

Traduzido por Marina Lapenta



Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA): Questões críticas | páginas 249-261
Romain Pirard, Raphaël Billé, Thomas Sembrés

Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) tornaram-se um proeminente instrumento no domínio da conservação, na onda crescente das avaliações econômicas dos serviços de ecossistemas e uma atração repentina por diferentes mercados relacionados ao ambiente. O princípio subjacente do PSA é ter beneficiários de um determinado serviço fazendo acordos voluntários com os prestadores de serviço, com pagamentos condicionais à prestação de serviços. Numa altura em que os PSA são susceptíveis de serem escalados massivamente em certas partes dos trópicos, nomeadamente no contexto do REDD+, é importante refinar o âmbito da aplicação do instrumento para evitar os vários efeitos perversos e manter os benefícios ao longo do tempo. Descobrimos que os estudos influentes sobre PSA muitas vezes ignoram uma série de questões extremamente importantes: Primeiro, populações rurais pobres devem ser direcionadas prioritariamente enquanto solventes industriais devem estar sujeitos ao princípio do poluidor pagador. Usar custos de oportunidade sistematicamente como base para compensar os prestadores de serviço é uma tendência perigosa. Segundo, uma prioridade absoluta deve ser dada ao PSA promovendo a melhoria dos sistemas produtivos. São denominadas “construção de ativos” em oposição ao congelamento dos direitos do PSA sobre os recursos naturais. Sustentabilidade da conservação a longo prazo, e o desafio da segurança alimentar, são duas razões centrais para essa recomendação. Terceiro, PSA carrega o risco de minar a consolidação dos frágeis estados se promoverem intervenções ambientais além da responsabilidade das autoridades nacionais ou locais. Eles podem inibir reformas publicas, reverter o princípio do poluidor pagador na base da ação pública, e resultar em pagamentos aos interessado que participem em atividades ilegais. No entanto, nós também identificamos condições chaves sob as quais eles podem oferecer boas perspectivas para combinar com politicas públicas.

Traduzido por Marina Lapenta



Um quadro para a avaliação da conservação e desenvolvimento em uma paisagem florestal na Bacia do Congo | páginas 262-281
Dominique Endamana, Agni Klintuni Boedhihartono, Bruno Bokoto, Louis Defo, Antoine Eyebe, Cléto Ndikumagenge, Zacharie Nzooh, Manuel Ruiz-Perez, and Jeffrey A. Sayer

Conservação e desenvolvimento em uma paisagem florestal na Bacia do Congo
A paisagem do Sangha Tri-Nacional cobre mais de 43.000 km2 sobre o Rio Sangha que forma a fronteira entre Congo, Camarão e República da África Central. Mais de 95% da paisagem é coberta por floresta tropical, partes das quais estão em parques nacionais e grande parte do resto em concessões de exploração florestal e florestas manejadas pela comunidade e zonas de caça. A paisagem apresenta parte da mais espetacular vida selvagem da África com elevado número de elefantes selvagens, gorilas, o ameaçado antílope bongo e uma rica diversidade de outros mamíferos, aves, répteis, anfíbios e plantas. A paisagem também é o lar de 191.000 pessoas das quais cerca de 20% são pigmeus. As pessoas são extremamente pobres e vivem uma precária existência baseada no emprego em empresas madeireiras, agriculturas de pequena escala e caça e coleta. O Fundo Mundial para a Natureza, a Sociedade para a Conservação da Vida Silvestre e a União Internacional para a Conservação da Natureza estão apoiando atividades para manter essa biodiversidade e também para melhorar os meios de subsistência das pessoas. Nos últimos cinco anos essas organizações têm realizado uma reunião anual com os atores locais para controlar os indicadores do progresso em alcançar seus objetivos de conservação e desenvolvimento. Esse grupo de atores é conhecido como o Grupo de Sangha. Esse programa de monitoramento tem mostrado que essa mistura de concessões madeireiras e áreas protegidas estão proporcionando um bom equilíbrio entre conservação e desenvolvimento local. A vida silvestre permanece abundante nas áreas madeireiras e a floresta se recupera bem após a exploração. Entretanto, nem os indicadores ambientais nem os meios de subsistência dos povos mudaram muito até 2008. O maior obstáculo ao progresso foi um governo fraco. Entretanto, a crise financeira mundial de 2008 teve impactos imediatos e surpreendentes. As empresas madeireiras reduziram suas atividades – já não era rentável explorar uma área tão remota –e a população local perdeu sua única possibilidade de emprego remunerado. As estradas, clínicas e escolas que as empresas madeireiras tinham apoiado foram negligenciadas. O povo não teve opção a não ser voltar a caçar e limpar a floresta para a agricultura de subsistência. Tanto a conservação quanto o desenvolvimento sofreram. O progresso sobre a realização tanto da conservação quanto do desenvolvimento necessita da retomada das atividades econômicas num contexto de governo de melhorias. O desafio das organizações conservacionistas é fortalecer tanto a sociedade civil local quanto os programas florestais do governo e agências de proteção da vida silvestre.

Traduzido por Marina Lapenta



Dieta e escolha de frutos pelo Ocelote de palma marrom Paradoxurus jerdoni, um viverrídeo endêmico da floresta do Ghats ocidental, India | páginas 282-300
Divya Mudappa, Ajith Kumar and Ravi Chellam

Nesse artigo os autores relatam uma investigação sobre a dieta frugívora de um carnívoro, o ocelote de palma marrom no Ghatts ocidental, Índia. O estudo fornece novas informações sobre a história natural desse pequeno conhecido e esquivo mamífero arbóreo e seu possível papel na regeneração florestal via o serviço de dispersão de sementes que proporciona para muitas plantas que são suas fontes de frutos. Os autores relatam que a habilidade do ocelote de palma marrom de persistir em paisagens fragmentadas é altamente ligada à ocorrência da diversidade de espécies de frutos em fragmentos remanescentes e dos outros usos da terra na paisagem ao redor (e.g., árvores de sombra em plantações de café) e argumentam que desde que algumas dessas áreas sejam muitas vezes pobres em outros grandes mamíferos e aves como agentes dispersores de sementes pela perda de habitat e caça, a importância do ocelote de palma marrom como dispersor persiste nessas paisagens impactadas pelo homem num ponto de vista altamente relevante para a conservação.

Traduzido por Marina Lapenta



Reserva Tiger, Índia ocidental: resultados preliminares sobre área de uso, seleção de presas e hábito alimentar | páginas 301-318
K. Sankar, Qamar Qureshi, Parag Nigam, P.K. Malik, P.R. Sinha, R.N. Mehrotra, Rajesh Gopal, Subhadeep Bhattacharjee, Krishnendu Mondal and Shilpi Gupta

Reintroduções tem provado serem ferramentas valorosas para a recuperação de espécies que se tornaram localmente ou globalmente extintas na natureza. O artigo de Sankar e co-autores sobre a reintrodução de tigres na Reserva Sariska Tiger, Índia ocidental, é um exemplo excelente de esforços conservacionistas locais envolvendo planejamento em larga escala por cientista e administradores de recursos naturais em conjunto com a comunidade local rural e os governantes. O estudo ilustra a situação terrível em que para salvar os tigres da extinção local, adaptações, afetando sua subsistência e persistência dos assentamentos, são feitas pela população local. O projeto irá reabastecer a população de tigres inicialmente com cinco tigres e a suplementação posterior de dois tigres a cada três anos por um período de seis anos permitirá que a população atinja uma viabilidade demográfica. Remoção da pressão antropogênica dos parques nacionais será crucial para a sobrevivência em longo prazo dos tigres em Sariska.

Traduzido por Marina Lapenta



Diversidade Taxonômica, distinção, e abundância de espécies de árvores e arbustos na Reserva florestal de Kasagala em Uganda: implicações para o manejo e dicisões de polítcas de conservação | páginas 319-333
Samson Gwali, Paul Okullo, David Hafashimana and Denis Mujuni Byabashaija

O estudo de diversidade e abundância de árvores e arbustos na Reserva Kasagala em Uganda, Africa, relatado por Gwali e co-autores, salienta a importância da pesquisa sobre o enriquecimento do nosso banco de dados com informações sobre a diversidade tropical com invertários básicos e trabalhos ecológicos, que tem um valor importante para o manejo da conservação de áreas protegidas naturais. Os autores relatam que a floresta Kasagala é uma área importante de vegetação nativa que está enfrentando uma severa extração de Madeira para o fornecimento de carvão e lenha devido à sua proximidade aos principais centros urbanos de Uganda, uma situação agravada pelo crescimento vertiginoso das populações humanas, altos níveis de pobreza e uma demanda correspondente para a agricultura, o que reduziu a zona tampão da reserva. O estudo relata que árvores de Combretum (árvores Bushwillow - o gênero compreende cerca de 370 espécies de árvores e arbustos, aproximadamente 300 das quais são nativas da África) são altamente exploradas nas florestas de Uganda pela elevada qualidade de lenha que produzem e que a menos que sua exploração seja verificada, irá resultar em um significativo declínio desse recurso. Os autores apontam que apesar do plantio de enriquecimento ser uma prática comum para o reabastecimento de estoques empobrecidos de espécies de árvores comuns em florestas naturais, esse ainda não é o caso para as espécies de árvores de savanas para as quais as técnicas de silvicultura ainda não estão refinadas em Uganda. Os autores argumentam que o manejo e conservação da vegetação da reserva exigem uma abordagem de conservação da comunidade que inclui sérias garantias e sensibilização das pessoas ao redor da floresta.

Traduzido por Marina Lapenta



Uma avaliação dos besouros bess (Passalidae) e sua base de recursos em uma Floresta andina restaurada | páginas 334-343
Gustavo H. Kattan, Carolina Murcia and Alberto Galindo-Cardona

No seu artigo, Kattan e colegas relatam as respostas de xylophagus ou besouros comedores de Madeira na restauração florestal induzida pelo homem - via plantações de árvores monoespecíficas de espécies nativas e exóticas, e pelo abandono de terras para a regeneração natural - nos Andes Colombianos. O estudo é um bom exemplo de que, em alguns casos, agroecossistemas economicamente importantes podem ser úteis para manter segmentos da vida silvestre original. Os autores relatam plantações de comportamento similar às florestas secundárias e mescladas, como parte da heterogeneidade do habitat local, provavelmente facilitando a dispersão de besouros bess na paisagem e assim sua persistência.

Traduzido por Marina Lapenta



Um estudo geoespacial em multi-escala da distribuição das zonas úmidas e de agricultura, e o caso da India | páginas 344-360
Nidhi Nagabhatla, Rohan Wickramasuriya, Narendra Prasad and C. Max Finlayson

Apesar de ser uma prática comum seguida pelas pesquisas de conservação em muitas regiões tropicais do mundo, avaliar o valor do habitat e da biodiversidade, a incorporação de parâmetros sócio-econômicos que são reflexos da dependência da sobrevivência foi um pouco limitada. À luz disso, Nagabhatla e co-autores argumentam que o uso de dados geoespaciais tem sido comprovado como uma ferramenta muito útil para monitorar mudanças na cobertura da vegetação em todo o planeta, tanto causadas pela atividade humana quanto por eventos naturais. Duas questões conceituais-chave abraçam sua pesquisa “Re-investigar as atividades de agricultura como uma ameaça futura à identidade dos ecossistemas úmidos? Ou vamos tentar equilibrar o potencial produtivo da cultura (productividade) do sistema enquanto conservamos as caracteríticas ecológicas e hidrológicas dos ecossistemas úmidos?” , mas eles também apontam que “o uso sábio” do quadro promulgado pela Conveção de Ramsar parece ser uma direção teórica promissora, mas que na prática gerou poucos casos de studo. O estudo destaca a representação em escala global e regional dos ecossistemas úmidos usando ferramentas geoespaciais e múltiplos conjuntos de dados e sua relevância para o monitoramento da conservação dos ecossistemas úmidos na Índia. Especificamente, os autores abordam a tarefa de investigar a força das ferramentas espaciais para melhor entender a relação entre a distribuição das áreas úmidas e zonas de agricultura, tanto historicamente quanto no presente. Os autores argumentam que essa abordagem é fundamental para mesclar interesses na conservação das áreas úmidas com desafios para a alimentação e segurança da sobrevivência.

Traduzido por Marina Lapenta







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   Tropical Conservation Science is an open-access e-journal that publishes research relating to conservation of tropical forests and other tropical ecosystems.

Volume 3: Issue 3
Table of Contents

Articles
Estrada & Butler
Kideghesho
Pirard et al
Endamana at al
Mudappa at al
Sankar et al.
Gwali et al
Kattan et al
Nagabhatla et al


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